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Brics debate governança da Inteligência Artificial e busca consenso global sobre uso ético da tecnologia

Governança da IA é tema central na cúpula do Brics, com foco em ética, soberania digital e desenvolvimento sustentável



Brics Inteligência Artificial


A governança da Inteligência Artificial (IA) foi um dos temas centrais da mais recente cúpula do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Diante do avanço acelerado da IA no mundo, os países-membros estão buscando formas de regulamentar e utilizar a tecnologia de forma ética, segura e voltada ao bem-estar social. A reunião sinaliza uma crescente preocupação global com os impactos sociais, econômicos e políticos da inteligência artificial, além da necessidade urgente de criar normas comuns e estratégias de cooperação entre nações.


O avanço da IA e a necessidade de regulação


Com o desenvolvimento de modelos cada vez mais potentes, como os chamados LLMs (Modelos de Linguagem de Grande Escala), e a sua integração em áreas como segurança, saúde, educação, e justiça, cresce o apelo por uma governança internacional da IA. Os países do Brics reconhecem que a ausência de regras claras pode gerar desigualdades, riscos à privacidade, concentração de poder tecnológico e até ameaças à soberania nacional.

Durante a cúpula, representantes destacaram a importância de definir diretrizes comuns que respeitem os contextos culturais e sociais de cada país, evitando a imposição de modelos regulatórios unilaterais vindos de grandes potências tecnológicas.


Brasil assume papel estratégico


O Brasil teve um papel de destaque nos debates, reforçando sua intenção de construir políticas públicas de IA alinhadas aos direitos humanos, à inclusão social e à soberania digital. A aprovação recente do projeto de lei brasileiro que regulamenta o uso de sistemas de IA também foi citada como um exemplo de avanço regional.

A delegação brasileira defendeu a criação de um organismo internacional dentro do Brics voltado para a ética e governança da IA, que possa funcionar como um fórum de debate, desenvolvimento de padrões técnicos e promoção de boas práticas entre os países-membros.


Soberania digital e acesso justo à tecnologia


Outro ponto importante da cúpula foi a defesa da soberania digital. Os países do Brics concordaram que a construção de infraestrutura própria e o investimento em tecnologias locais são essenciais para evitar a dependência de soluções de IA vindas de grandes corporações estrangeiras, que muitas vezes não consideram os interesses das populações locais.

Também foi discutida a importância de garantir acesso justo e equitativo às tecnologias baseadas em IA, com foco em políticas de inclusão digital, capacitação de profissionais e apoio a startups e universidades nos países em desenvolvimento.


IA com responsabilidade social


O bloco reforçou que a inteligência artificial deve servir como ferramenta de desenvolvimento sustentável, redução das desigualdades e promoção dos direitos humanos. Entre as propostas debatidas, destacam-se:

  • A criação de uma Carta de Princípios Éticos da IA nos países do Brics.

  • A promoção de plataformas colaborativas de pesquisa entre os países-membros.

  • O incentivo ao uso da IA em setores estratégicos, como saúde pública, agricultura e meio ambiente.

  • O estabelecimento de mecanismos de responsabilização, transparência e auditoria dos sistemas automatizados.


Um possível novo polo de influência tecnológica


A discussão da governança da IA no Brics também revela uma movimentação geopolítica importante. Os países do bloco desejam ter maior protagonismo nas decisões sobre o futuro da tecnologia, criando uma alternativa ao eixo regulatório dominado por Estados Unidos e União Europeia.

O fortalecimento de alianças tecnológicas dentro do Brics pode levar ao surgimento de uma nova ordem digital mais multipolar, onde diferentes visões sobre o uso da IA possam coexistir, respeitando a diversidade econômica, cultural e política dos países envolvidos.


Considerações finais


A cúpula do Brics evidencia que o debate sobre Inteligência Artificial extrapola as fronteiras da inovação e da ciência. Trata-se de uma discussão profundamente conectada com os valores, prioridades e desafios de cada nação. Ao colocar a governança da IA no centro de sua agenda, o Brics sinaliza que o futuro da tecnologia precisa ser construído com diálogo, responsabilidade e equilíbrio global.

O caminho para uma IA ética, segura e democrática passa por colaboração internacional e protagonismo dos países em desenvolvimento — e o Brics parece disposto a liderar essa transformação.


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